Há uns anos atrás, quando os meus pais viviam em Porto Alegre (Brasil), a minha mãe publicou um livro de cozinha com especialidades portuguesas a que chamou 'Portugal em doces e salgados'. Entre as receitas deste livro que mais protagonismo ganharam conta-se a do 'bacalhau à minha moda', que foi depois baptizado pela família por 'bacalhau da página 54'. Na verdade, passados mais de vinte anos, a receita já evoluiu bastante, mas as suas origens permanecem. Para mim, pese embora a opinião altamente suspeita, é a melhor receita de bacalhau no forno que conheço, que apenas comparo ao bacalhau no forno que é servido no restaurante Tia Alice, em Fátima.
Bacalhau da página 54
Cozem-se duas postas de bacalhau grandes, que depois se limpam de peles e espinhas e se deixam em lascas. Cortam-se 3 cebolas grandes em rodelas finas que se fritam em azeite, mas tendo o cuidado que não as deixar alourar. Corta-se 1 kg de batatas em palitos grossos que se fritam, mas também sem deixar escurecer as batatas. Temperam-se de sal e reserva-se. Coze-se 0,5 kg de camarão, reservando a água de cozedura. Depois de frios descascam-se os camarões e deitam-se as cascas e cabeças de novo na água, deixando-as ferver por mais 10 minutos. Passado este tempo passa-se este preparado pelo passe-vite. Faz-se um molho bechamel, usando o liquido que se obteve dos camarões e usando em lugar do leite natas.
Unta-se um tabuleiro de ir ao forno com margarina. Forra-se o fundo com uma camada de batatas fritas. Por cima coloca-se uma camada de bacalhau às lascas e os camarões. De seguida, colocam-se as cebolas fritas, escorridas do azeite, e fatias de queijo flamengo não muito finas (de preferência queijo Pastor). Cobre-se com o molho bechamel e polvilha-se de pão ralado. Vai ao forno 25 a 30 minutos e ao sair polvilha-se com amêndoas falhadas previamente alouradas.